Iniciar uma importação é uma decisão estratégica que pode transformar o posicionamento de uma empresa no mercado, abrir acesso a novos fornecedores, ampliar margens de lucro e fortalecer a competitividade. No entanto, trata-se de um processo técnico, sujeito a fiscalização rígida e repleto de requisitos legais que precisam ser seguidos à risca. Um pequeno erro pode gerar multas, atrasos, custos adicionais e até mesmo a perda da mercadoria.
Por isso, preparamos um checklist completo e atualizado para 2026 — ano em que o comércio exterior brasileiro continua em transição para a DUIMP, com processos mais digitalizados e exigindo maior precisão documental. Este guia ajuda empresas, importadores iniciantes ou experientes e profissionais de comércio exterior a organizar uma operação do início ao fim, reduzindo riscos e otimizando resultados.
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Definição do Produto e Classificação Fiscal (NCM)
O primeiro passo de qualquer importação é determinar com exatidão qual é o produto e qual é o seu NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). O código de oito dígitos não é apenas uma identificação; ele define toda a tributação, possíveis proibições, requisitos de certificações e a necessidade de licenças de importação. Classificar incorretamente significa pagar impostos diferentes do devido, sofrer retenções no canal vermelho ou verde, e até ter a mercadoria apreendida.
Em 2025, a Receita Federal vem intensificando o uso de sistemas de inteligência artificial para identificar inconsistências na classificação fiscal — o que torna a etapa ainda mais sensível para o próximo ano. Por isso, recomenda-se que a empresa consulte tabelas oficiais, utilize o simulador do Portal Único e, se necessário, conte com apoio técnico especializado. Uma classificação correta desde o início evita retrabalhos e garante previsibilidade financeira.
Identificação de Licenças, Órgãos Anuentes e Restrições
Com o NCM determinado, o próximo passo é verificar se o produto exige algum tipo de licença prévia (LI) ou autorização de órgãos anuentes, como ANVISA, MAPA, Inmetro, Ibama ou Exército. Alguns produtos só podem embarcar após análise prévia, enquanto outros só precisam de autorização durante ou após o desembaraço.
Ignorar essa etapa pode causar bloqueios completos da operação e custos com armazenagem portuária. Em 2025, o sistema integrado do Portal Único oferece maior transparência sobre exigências, mas a responsabilidade continua sendo do importador. Produtos químicos, alimentos, peças automotivas, máquinas usadas, brinquedos e artigos de saúde estão entre os itens mais regulados. Saber isso antecipadamente é essencial para evitar atrasos.
Avaliação de Fornecedores e Negociação Internacional
Depois de saber que o produto é viável para importação, chega o momento de identificar fornecedores confiáveis. Plataformas como Alibaba, 1688 e Global Sources ajudam na prospecção inicial, mas a seleção deve ir muito além do preço. Avalie histórico, certificações, capacidade produtiva, referências e até mesmo o nível de comunicação do fornecedor.
Negociar internacionalmente exige habilidade: definir prazos de produção, condições de pagamento, preço FOB/CIF, qualidade e possibilidade de inspeção pré-embarque. Muitas empresas brasileiras estão optando por contratar inspeções independentes para verificar quantidade, embalagem, rotulagem e funcionamento do produto antes do envio — uma prática que reduz significativamente problemas ao chegar no Brasil.

Escolha do Incoterm Ideal
O Incoterm é um dos pontos mais importantes do processo, pois define responsabilidades de frete, seguro, carga e descarga, além dos riscos envolvidos. Em 2025, os mais usados continuam sendo FOB, EXW, CIF e DAP. Cada um deles impacta custos de maneira diferente.
Por exemplo, importar via EXW pode parecer mais barato, mas exige que o importador assuma todos os riscos desde a fábrica. Já o CIF oferece maior previsibilidade, mas nem sempre cobre as necessidades do seguro. Escolher o Incoterm errado pode comprometer a operação inteira. Por isso, ele deve ser definido analisando a estrutura da empresa, o modal de transporte e o risco aceitável.
Planejamento Financeiro e Fechamento Cambial
Antes de prosseguir, é essencial fazer um planejamento financeiro detalhado. A importação não envolve apenas o valor do produto: há impostos, taxas, armazenagem, transporte interno, honorários de despachante, variação cambial e possíveis custos extras.
O fechamento cambial é regulamentado pelo Banco Central e deve seguir regras claras. Em pagamentos antecipados, por exemplo, a responsabilidade é total do importador. Já no pagamento pós-embarque, há maior segurança, porém menor flexibilidade de negociação. Empresas experientes analisam o momento do câmbio, comparam taxas bancárias e utilizam contratos de hedge quando apropriado para reduzir riscos de variação.
Contratação de Frete Internacional e Seguro
O frete internacional influencia diretamente o custo final. Modal aéreo, marítimo e courier possuem características próprias. Em operações urgentes ou de pequeno volume, o frete aéreo é o mais adequado. Já para cargas grandes, o marítimo é a melhor alternativa. Em 2026, a volatilidade do custo marítimo ainda será alta devido ao cenário logístico global, por isso é recomendado solicitar cotações de diferentes agentes.
O seguro internacional é obrigatório para operações bem planejadas. Muitas empresas tentam economizar nessa etapa, mas o custo de uma carga extraviada, danificada ou perdida é muito maior. O seguro protege a operação contra imprevistos e garante segurança jurídica.
Documentação e Embarque da Mercadoria
Uma importação bem-sucedida depende de documentação perfeita. Quaisquer erros — uma descrição vaga, um código incorreto, uma informação faltante — podem gerar problemas com a fiscalização. Entre os documentos essenciais estão a Commercial Invoice, Packing List, Conhecimento de Embarque (BL ou AWB), certificados exigidos por órgãos brasileiros e eventuais licenças prévias.
Antes do embarque, recomenda-se revisar todos os documentos e validar se as informações estão consistentes entre si. O despachante aduaneiro ou consultor realiza essa verificação, reduzindo riscos de exigências posteriores.
Desembaraço Aduaneiro no Brasil
Com a chegada da mercadoria ao território brasileiro, inicia-se a etapa do desembaraço. Em 2025, grande parte das empresas já trabalha com DUIMP, o que torna o processo mais rápido e integrado — mas também mais rigoroso em termos de cruzamento de dados.
A carga pode cair em diferentes canais de conferência, como verde, amarelo, vermelho ou cinza. Cada canal representa um nível distinto de fiscalização. O pagamento dos tributos deve ser realizado no prazo e a empresa precisa acompanhar diariamente o status da operação para evitar custos adicionais em armazenagem.
Um bom despachante aduaneiro faz toda a diferença aqui. Ele interpreta exigências, responde à fiscalização e conduz o processo até a liberação final.
Entrega Final e Conferência da Mercadoria
Depois da liberação, a carga segue para o destino final. É fundamental conferir quantidade, integridade, lacres e especificações. Caso haja divergências, a empresa precisa registrar imediatamente e acionar seguradora, fornecedor ou agente logístico.
Monitorar essa etapa garante que não haja prejuízos e que a empresa possa dar andamento à cadeia produtiva ou comercialização.
Conclusão
Importar em 2026 exige organização, conhecimento técnico e planejamento. Com o checklist apresentado, empresas conseguem estruturar operações mais seguras, eficientes e com menor risco de surpresas. A importação, quando feita de forma estratégica, amplia horizontes e fortalece a competitividade. Por isso, seguir cada etapa com precisão é fundamental para conquistar resultados consistentes e sustentáveis.
